Fratura por estresse
A fratura por estresse é uma lesão óssea que se desenvolve à partir de traumas repetitivos ou, esforço repentinos em excesso, onde há um desbalanço de forças musculares.
Diferente do que pensamos, nossos ossos são muito flexíveis e, no movimento de impacto repetitivo pode vibrar, torcer num determinado ponto do osso, causando sobrecarga local.
É relativamente comum, principalmente em atletas. No entanto qualquer pessoa pode vir a ter uma fratura por estresse decorrente de uma prática de exercícios exagerada ou mal executada.
Uma pessoa sedentária que resolve correr sem preparação física adequada, corre riscos de acometimento no joelho medial ou dorso do pé.
Por que a fratura por estresse ocorre?
A fratura por estresse ocorre quando um movimento físico é repetido com tanta frequência, que os ossos não têm tempo suficiente para cicatrizar e se recuperar completamente, causando um desbalanço na atuação de osteoblastos (células formadoras de osso) e osteoclastos (células responsáveis pela reabsorção óssea), ou seja, os ossos recebem impactos consecutivos e vão inflamando, chegando ao ponto de ocorrer ruptura do trabeculado ósseo.
Fatores que podem aumentar o risco de fraturas por estresse
• Aumento repentino de frequência, duração, intensidade e carga inadequada nos treinos;
• Condições que diminuem a resistência e a densidade óssea, como a osteoporose e certos medicamentos de longo prazo;
• Desequilíbrios musculares e posturais;
• Desalinhamento articular;
• Mau condicionamento;
• Excesso de peso;
• Deficiências nutricionais;
Sintomas e locais mais comuns das fraturas por estresse
O principal sintoma é a dor localizada, com origem em uma região específica, podendo ter inchaço em torno da área dolorida.
Inicialmente a dor é quase que imperceptível, mas tende a piorar com o tempo e na execução das atividades físicas. E a dor minimiza com o repouso.
Os membros inferiores são acometidos com maior frequência, além da coluna lombar.
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Como evitar fraturas por estresse
Para que você evite a fratura por estresse, o ideal é realizar uma consulta com um médico especialista, para que todos os fatores que possam gerar a lesão por sobrecarga sejam afastados. Ter um acompanhamento de um treinador especializado, alimentar-se corretamente, buscar um alinhamento postural adequado, fazer exames periódicos, evitar impactos sequenciais, permitindo a completa recuperação entre os treinos é fundamental.
É muito importante utilizar o material indicado para cada atividade física executada, por exemplo um tênis adequado para seu tipo de pisada e para o esporte que vai praticar, contribuirá para evitar esse tipo de lesão.
Como tratar a fratura por estresse
É necessário a interrupção das atividades de impacto, que sobrecarreguem o local lesionado.
O tratamento depende do osso acometido, do tempo de lesão e seu risco.
O uso de muletas pode ser empregado.
Fraturas de baixo risco são de tratamento não cirúrgico, com um bom prognóstico de consolidação.
Em fraturas de alto risco, a consolidação tem um prognóstico mais nocivo, pois no gera, estão localizadas em locais de tensão entre ossos e com pouco suprimento de sangue. Neste caso exigem o uso de muletas e imobilizadores por um tempo mais longo e a necessidade de cirurgia deve ser avaliada caso a caso.
Importante, fique de olho nos sintomas!
Se você é uma pessoa ativa que gosta de superar os seus limites, porém não tem treinado com acompanhamento de um profissional especializado, preste muita atenção nos sinais e dores.
Caso sinta algum dos sintomas citados anteriormente, procure um médico especialista do esporte.
Meu nome é Alexandre Kusabara, sou médico ortopedista CRM: 75.828 │ TEOT: 6965, especialista em cirurgia do joelho. Atualmente sou um dos preceptores da residência médica de Ortopedia e Assistente da sub-especialidade de Ortopedia Esportiva da Faculdade de Medicina do ABC, e também, coordenador da equipe ortopédica do Hospital Brasil.
Formado há 27 anos, possuo graduação em medicina pelo Centro Universitário Lusíada (1992), fiz residência médica em Ortopedia e Traumatologia, Especialização em Cirurgia do Joelho e Artroscopia (1997) pela Santa Casa de São Paulo, e Medicina Esportiva pelo CEMAFE EPM. (1996).