Osteoporose: guia completo sobre causas, sintomas, tratamentos e prevenção

A osteoporose é uma doença que promove diminuição da densidade e perda de massa óssea, tornando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Ela pode ser considerada uma doença devastadora, pois sua ação silenciosa e não oferece sinais iniciais, dificultando o diagnóstico e tratamento. Você sabia que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a osteoporose é uma doença que afeta principalmente as mulheres acima dos 50 anos?

Conforme o artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, a OMS estima que a osteoporose atinja cerca de 15 milhões de brasileiros, e segundo a International Osteoporosis Foundation (IOF), mais de 500 milhões de pessoas pelo mundo são acometidas pela doença.

Neste guia, iremos explorar o que é a osteoporose, seus sintomas, suas causas, como prevenir e os tratamentos para você proteger sua saúde óssea.

O que é osteoporose?

A osteoporose é uma doença óssea caracterizada por duas ações principais: a diminuição da densidade e a perda da massa óssea. Mas, como essa perda afeta a saúde dos nossos ossos? Vamos ver com detalhes.
A Mayo Clinic menciona que a nossa estrutura óssea é um tecido vivo, que está sempre sendo degradado e substituído. No entanto, com o avanço silencioso da doença, a osteoporose torna nossos ossos mais fracos, impedindo que a recomposição da massa óssea acompanhe o ritmo da perda, aumentando o risco de fraturas inesperadas. As fraturas osteoporóticas são graves, e podem causar sérios problemas como:

• Incapacidade física,
• Dor crônica,
• Perda de independência
• E em casos mais severos, há risco de morte.

A osteoporose é uma doença irreversível, mas que pode ser tratada e controlada com a prática de medidas preventivas e a mudança do estilo de vida. Adotando estas medidas, você preservará a sua massa óssea e também reduzirá significativamente os riscos de novas fraturas.

Como a osteoporose se desenvolve?

A osteoporose é uma condição metabólica em que a perda óssea ocorre devido a um desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea. Nossos ossos são estruturas vivas, compostas por complexos minerais, principalmente por cálcio, que são responsáveis pela sua força e resistência.

Esse processo de renovação da massa óssea envolve dois tipos de células:

• Os osteoblastos: células especializadas em sintetizar e depositar a nova matriz óssea, incluindo os minerais de cálcio.
• Os osteoclastos: células responsáveis pela reabsorção óssea, ou seja, elas desmantelam o tecido ósseo antigo e liberam cálcio na corrente sanguínea.

Em um corpo saudável, a ação dos osteoblastos e osteoclastos está em perfeito equilíbrio. No entanto, na osteoporose, o processo de reabsorção óssea é acelerado e o de formação óssea é diminuído. Esta disparidade resulta em uma diminuição na densidade mineral óssea e, consequentemente, no enfraquecimento do osso.

Principais causas da osteoporose

O conceituado National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases (NIAMS) destaca que diversos fatores de risco podem levar ao desenvolvimento da osteoporose ou aumentar a probabilidade de você desenvolver a condição.

É importante salientar que a osteoporose não segue uma regra única de desenvolvimento. Ou seja, mesmo que a maioria dos casos esteja associada a fatores de risco, a doença pode surgir em indivíduos que não possuem predisposição aparente.

Com base nas informações do National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases e em dados científicos, os principais fatores que podem aumentar o risco de osteoporose incluem:

• Envelhecimento: a densidade e a força dos ossos diminuem com a idade, tornando os ossos mais frágeis.
• Deficiência de Cálcio e Vitamina D: são nutrientes essenciais para a formação e manutenção da estrutura óssea. A sua falta ou carência pode comprometer a saúde óssea.
• Histórico Familiar: casos de osteoporose em familiares de primeiro grau podem aumentar o risco individual.
• Alterações Hormonais: a diminuição de estrogênio em mulheres pós-menopausa é uma das principais causas de perda óssea. No entanto, outros desequilíbrios hormonais também podem influenciar significativamente o metabolismo ósseo.
• Gênero: mulheres possuem risco maior de desenvolver a osteoporose do que homens, principalmente na pós-menopausa.
• Etnia: pessoas de ascendência caucasiana ou asiática podem apresentar um risco ligeiramente maior.
• Estilo de Vida: fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e uma dieta pobre em nutrientes essenciais podem contribuir significativamente para a diminuição da densidade óssea.
• Uso Prolongado de Medicamentos: alguns fármacos, como os corticoides, podem interferir na formação óssea, caso sejam utilizados por longos períodos.
• Doenças Crônicas: doenças como artrite reumatoide, diabetes, doença renal crônica e doença inflamatória intestinal são fatores que podem interferir negativamente na saúde óssea.
• Outros Fatores: fatores como baixo peso corporal (IMC muito baixo) e ter sofrido uma fratura anterior podem indicar fragilidade óssea preexistente.

Em resumo, uma combinação de fatores de risco, como envelhecimento, deficiência de nutrientes, história familiar da doença, gênero, estilo de vida, uso prolongado de medicamentos corticoides e doenças crônicas podem favorecer o surgimento da doença.

Quais os tipos de osteoporose?

A National Library of Medicine destaca que existem 2 tipos de osteoporose baseadas em fatores que afetam o metabolismo ósseo, como:

• Osteoporose primária: é a forma mais comum da doença, ela se desenvolve devido ao envelhecimento ou à desmineralização óssea associada à menopausa. Ela pode ser dividida em tipo I, que afeta principalmente o osso trabecular devido à deficiência de estrogênio, e Tipo II, que se apresenta em pessoa com idade média de 70 anos. Ela ocorre devido ao envelhecimento dos ossos trabeculares e corticais.
• Osteoporose secundária: é um tipo de osteoporose que não se desenvolve pelo envelhecimento natural ou pela menopausa. Ela surge como resultado de outras condições ou medicamentos que afetam direta ou indiretamente o metabolismo ósseo, podendo levar a uma baixa densidade óssea e aumentar os riscos de fratura.

Classificação da osteoporose segundo a OMS

A classificação da osteoporose, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), é baseada na densidade mineral óssea (DMO). A DMO é uma medida da quantidade de minerais, como o cálcio, presente nos ossos. Ela é expressa em gramas por centímetro quadrado (g/cm²) e é medida por meio de um exame conhecido como densitometria óssea.

Segundo a OMS, a classificação baseada na DMO é a seguinte:

• Normal: a DMO está dentro do intervalo considerado normal para a idade e sexo, ou seja, está acima de -1 desvio padrão (DP) em relação ao pico de massa óssea (PMO, que representa a maior densidade óssea atingida na vida adulta).
• Osteopenia: a DMO é menor que o normal, mas não o suficiente para ser classificada como osteoporose, ou seja, está entre -1 e -2,5 DP em relação ao PMO.
• Osteoporose: a DMO é significativamente menor do que o normal, o que aumenta o risco de fraturas ósseas, ou seja, é igual ou inferior a -2,5 DP em relação ao PMO.

Além dessas categorias, a OMS também estabeleceu uma terceira categoria para indivíduos com DMO muito baixa e história de fratura osteoporótica, chamada de osteoporose estabelecida.

A classificação da DMO é importante porque ajuda a identificar pessoas em risco de fraturas ósseas e a orientar a prevenção e o tratamento da doença. Entretanto, é importante lembrar que a densitometria óssea é apenas um dos fatores que devem ser considerados na avaliação do risco de fraturas. É igualmente fundamental avaliar outros fatores de risco, como idade, história familiar de fraturas, estilo de vida e condições de saúde.

Como prevenir a osteoporose? Estratégias essenciais para ossos fortes

O NHS menciona que fatores genéticos afetam sua altura e força, mas que seu estilo de vida, baseado na prática de exercícios físicos e dieta balanceada, influencia diretamente a saúde dos seus ossos.

A prevenção da osteoporose ajuda a manter a saúde dos ossos, reduzindo a perda da massa óssea e o risco de fraturas.

• Dieta equilibrada: a IOF (International Osteoporosis Foundation) informa que manter uma dieta saudável que contenha cálcio e proteínas poderá ajudar a prevenir a osteoporose.
• Vitamina D: a ingestão de alguns alimentos, como peixes, ovos e cogumelos, pode lhe ajudar a atingir o consumo ideal de vitamina D. A ingestão desses alimentos, no entanto, não isenta a necessidade de exposição solar por 15 minutos ao dia, necessários para o aumento da vitamina D no corpo.
• Exercícios físicos: a prática recorrente de exercícios como musculação, treinamento funcional ou corrida irá ajudar você no fortalecimento dos ossos e na redução da perda da massa óssea.
• Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool: o tabagismo e o consumo excessivo de álcool estão ligados à perda da massa óssea e ao aumento de risco de fraturas.
• Mantenha o peso ideal: manter um peso corporal saudável é saudável: ser muito magro (IMC abaixo de 19) é prejudicial à saúde dos ossos.

Lembre-se: a prevenção da osteoporose deve começar desde cedo e ser mantida ao longo de toda a vida, para garantir ossos saudáveis e prevenir a perda de massa óssea.

Consultar um médico especialista regularmente é muito importante para reduzir o risco de desenvolver a doença, mesmo que você não apresente fatores de risco pré-existentes.

Tratamentos para osteoporose: opções e abordagens

Como dissemos anteriormente, as lesões causadas pela osteoporose são irreversíveis, por isso, sempre reafirmamos que o melhor caminho é a prevenção. No entanto, existem tratamentos que ajudam no controle da doença, como:

Bifosfanatos

São medicamentos que reduzem a taxa de degradação óssea, mantendo a densidade e reduzindo o risco de fraturas. Podem ser administrados por comprimido, líquido ou injeção. Estes medicamentos levam de 6 a 12 meses para fazer efeito, em alguns casos, deverá ser tomado por até 5 anos.

Os principais efeitos colaterais associados aos biofosfanatos incluem:

• Irritação no esôfago,
• Problemas de deglutição,
• Dor de estômago.

O NHS destaca que, em casos raros, os bisfofanatos podem causar osteonecrose, ou seja, as células do osso maxilar morrem, levando a um problema de cicatrização. Se você possui histórico de problemas dentários, é de extrema importância que realize um check-up e consulte um médico especialista antes de iniciar o tratamento.

Outros medicamentos para osteoporose

Existem diversos medicamentos que ajudam a prevenir a perda de massa óssea e a reduzir o risco de fraturas, como os bisfosfonatos, denosumabe, teriparatida, entre outros. Esses medicamentos devem ser prescritos por um profissional de saúde e seu uso deve ser monitorado.

Suplementação de cálcio e vitamina D

Em alguns casos, pode ser necessário suplementar a dieta com cálcio e/ou vitamina D para garantir a absorção adequada de cálcio e prevenir a perda de massa óssea.

Exercícios físicos

Além de prevenir a osteoporose, exercícios físicos também podem ser benéficos como tratamento, ajudando a fortalecer os ossos e reduzir o risco de fraturas.

Mudanças no estilo de vida

Algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a prevenir a perda de massa óssea e reduzir o risco de fraturas, como evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, manter uma dieta equilibrada e variada, e evitar quedas e acidentes.

Perguntas frequentes

Conclusão

A osteoporose é uma doença que afeta mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo. Ela se manifesta pelo desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea, levando à diminuição da densidade e ao enfraquecimento dos ossos.

Ao longo deste guia, analisamos as diversas causas e fatores de risco que contribuem para o surgimento da osteoporose. É importante ressaltar que a doença pode se manifestar mesmo na ausência de fatores de risco aparentes, reforçando a necessidade da vigilância e controle contínuos.

Exploramos as estratégias de prevenção e as diversas opções de tratamentos. Entendemos a importância da prevenção em todas as fases da vida, e também que a consulta regular com um médico especialista é imprescindível. Esse acompanhamento profissional é de extrema importância para um diagnóstico preciso e assim, oferecer as melhores estratégias para manter a sua saúde óssea e promover uma melhor qualidade de vida.

Fontes

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/osteoporosis/symptoms-causes/syc-20351968 Acessado em 23/06/2025
https://www.niams.nih.gov/health-topics/osteoporosis Acessado em 23/06/2025
https://www.nhs.uk/conditions/osteoporosis/prevention/ Acessado em 23/06/2025
https://www.osteoporosis.foundation/patients/prevention Acessado em 23/06/2025
https://www.nhs.uk/conditions/osteoporosis/treatment/ Acessado em 23/06/2025
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10721754/ Acessado em 23/06/2025
https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/mes-de-conscientizacao-mundial-sobre-a-osteoporose/ Acessado em 23/06/2025