A fascite plantar é um processo inflamatório que acomete a fáscia plantar, tornando-a uma das principais causas de dores na parte inferior do calcanhar.
O que é fascite plantar?
A fascite plantar é um processo inflamatório que acomete a fáscia plantar, tornando-a uma das principais causas de dores na parte inferior do calcanhar. A fáscia plantar é um tecido fibroso, orientado longitudinalmente, dividido em 3 componentes estruturais: componente medial, componente central e componente lateral e que se estende do calcanhar até os dedos dos pés.
A fascite plantar pode ocorrer em qualquer momento, porém, é mais comum entre homens e mulheres entre 40 e 60 anos e em corredores de rua, devido ao seu movimento repetitivo e de longa duração.
O processo inflamatório geralmente ocorre de forma unilateral, se inicia de forma branda, e na sua forma mais aguda, ]pode se tornar uma dor crônica.
O que causa a fascite plantar?
A principal causa da fascite plantar é o estiramento ou a lesão do tecido chamado de fáscia plantar. A fáscia plantar é uma faixa de tecido conjuntivo fibroso e alongado que fica na parte inferior do pé, desde o calcanhar até os dedos.
A fáscia plantar tem como objetivo absorver as tensões e sustentar os arcos dos pés, essa tensão contínua pode danificar as fibras da fáscia plantar, resultando num processo inflamatório e degenerativo.
Existem outros fatores de risco que podem causar a Fascite Plantar, sendo eles:
- Obesidade (excesso de peso);
- Atividades físicas que promovem o esforço repetitivo como a corrida, atletismo, entre outras…
- Falta de alongamento dos membros inferiores;
- Ficar em pé por muitas horas;
- Entre outras…
Principais sintomas da fascite plantar
Os sintomas da fascite plantar geralmente começam com dor nas solas dos pés, especialmente na região do calcanhar. A dor pode se intensificar com o tempo e pode ser agravada pelo esforço repetitivo como numa caminhada ou ficar em pé por longos períodos de tempo.
Outros sintomas que podem ocorrer na Fascite Plantar
- Inchaço;
- Vermelhidão na região afetada;
- Rigidez nas solas dos pés;
- Dificuldade para andar ou ficar de pé;
Geralmente a dor se manifesta ao se levantar da cama pela manhã, e a medida que você caminha, vai diminuindo gradualmente. Em alguns casos em que existe um aumento no esforço, como subir uma rua íngreme, a dor pode aumentar consideravelmente.
Como diagnosticar a fascite plantar?
Diagnosticar a fascite plantar nem sempre é algo fácil. Devido a semelhança dos sintomas, ela pode ser confundida com o esporão do calcâneo, que é uma patologia totalmente diferente.
Um médico ortopedista é o profissional mais qualificado para diagnosticar a doença. Num primeiro contato ele fará uma anamnese e uma análise clínica. Em caso de dúvida, exames auxiliares como raio x e ultrassom poderão ser solicitados.
Outras patologias que podem causar dores no calcanhar:
- Atrofia da gordura calcaneana;
- Síndrome do túnel társico;
- Fratura por estresse do calcâneo;
- Neuropatia de Baxter (compressão do primeiro ramo nervo plantar lateral);
- Disfunção tendão tibial posterior;
Como tratar a fascite plantar?
Após o diagnóstico da doença, o médico poderá indicar o melhor tratamento para o seu caso. O tratamento inicial consiste em diminuir o processo inflamatório e a dor, e posteriormente, realizar um processo de reabilitação para que você possa voltar às suas atividades cotidianas.
Na maioria dos casos, a fascite plantar é tratada de forma não invasiva, que inclui exercícios de alongamento na região afetada, repouso ou diminuição da intensidade durante a prática de atividades físicas, aplicação de gelo e sessões de fisioterapia.
Outros tratamentos que podem auxiliar na recuperação da fascite plantar:
- Uso de medicamentos para fascite plantar (Anti-inflamatórios como Ibuprofeno ou Paracetamol);
- Uso de palmilhas ortopédica sob medida;
- Redução do excesso de peso;
- Repouso;
- Terapia por ondas de choque;
- Infiltração no pé, de corticóides (dexametasona ou metilprednisolona ou beclometasona + lidocaína)
- Uso de talas noturnas;
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Tratamento cirúrgico
Se o processo inflamatório durar mais que 6 meses, o médico poderá avaliar a possibilidade de uma intervenção cirúrgica.
Em caso de casos mais graves, uma cirurgia de recessão do gastrocnêmio pode ser considerada. Esta cirurgia tem como objetivo alongar o tendão gastrocnêmio, que irá aumentar a amplitude de movimento do tornozelo e a flexibilidade do pé, e assim, reduzir o estresse da fáscia plantar.
Como prevenir a fascite plantar?
A mudança no seu estilo de vida é uma das melhores formas de prevenir a fascite plantar, sendo assim, abaixo seguem 3 dicas que irão lhe ajudar a se prevenir desta doença que acomete milhões de pessoas.
- Substitua seus calçados esportivos regularmente;
- Pratique exercícios de baixo impacto regularmente;
- Mantenha o controle de peso corporal;
Perguntas frequentes sobre fascite plantar
O que acontece se não tratar a fascite plantar?
A falta de tratamento também pode levar à deformidades nos pés e à alterações em outras estruturas ósseas e musculares que irão impactar na forma como andamos.
Qual o calçado ideal para quem tem fascite plantar?
Sandálias de salto baixo
O uso de sapatos de salto alto e rasteirinhas poderão piorar a dor e forçar ainda mais as estruturas afetadas. O uso de uma sandália com um pequeno salto de até 4cm na região do calcanhar irá ajudar na diminuição da dor e reduzir o esforço sob o joelho.
Sandálias macias
Se você é adepta ao uso da rasteirinha, fique tranquila, você poderá usar sempre que quiser, porém, deverá comprar um modelo que tenha um solado macio e anatômico para absorver melhor o impacto durante a caminhada.
Tênis com amortecimento
Quando pensamos em atividade física, uma das primeiras dúvidas que surgem é: Qual tênis deve usar?
Esta dúvida é pertinente, pois com tantas marcas e modelos disponíveis no mercado, fica difícil tomar essa decisão. No entanto, devemos considerar que o melhor tênis para quem tem fascite plantar, é aquele que possui um bom sistema de amortecimento, principalmente na região da planta do pé.
Fascite plantar pode causar problemas emocionais?
A fascite plantar é uma dor nas solas dos pés que pode causar muito sofrimento. Não é incomum que as pessoas que sofrem de fascite plantar também possam ter problemas emocionais. A dor nas solas dos pés pode ser muito incapacitante e isso pode levar à depressão, ansiedade e estresse. Se você sofre de fascite plantar, procure tratamento para aliviar a dor e também busque ajuda para lidar com os seus problemas emocionais.
A fascite plantar é grave?
Se tratada na sua fase inicial, a fascite plantar não é uma patologia grave, mas se não for tratada, pode se tornar crônica, e em alguns casos, levar a cirurgia.
Como prevenir a fascite plantar?
Existem várias maneiras de se prevenir a fascite plantar. O primeiro passo é manter os pés saudáveis e fortes, para isso, é importante fazer exercícios para fortalecer os músculos e ligamentos dos pés.
Também é importante manter o peso sob controle e evitar saltos altos ou qualquer outro tipo de calçado que possa sobrecarregar os pés
O que acontece se não tratar a fascite plantar?
Se a fascite plantar não for tratada, a dor pode se tornar crônica, limitar a atividade física e os afazeres diários. A falta de tratamento também pode levar à deformidades nos pés e à alterações na forma como andamos.
Qual o anti inflamatório para fascite plantar?
É de extrema importância consultar um médico antes de iniciar qualquer tratamento farmacológico, pois alguns medicamentos podem ter efeitos colaterais. O seu médico irá indicar a melhor opção para sua necessidade.
Referências:
Healthline: Acessado em 16/03/22
Healthdirect: Acessado em 16/03/22
Cleveland Clinic: Acessado em 16/03/22
OrthoInfo: Acessado em 16/03/22
Johns Hopkins Medicine: Acessado em 16/03/22
Meu nome é Alexandre Kusabara, sou médico ortopedista CRM: 75.828 │ TEOT: 6965, especialista em cirurgia do joelho. Atualmente sou um dos preceptores da residência médica de Ortopedia e Assistente da sub-especialidade de Ortopedia Esportiva da Faculdade de Medicina do ABC, e também, coordenador da equipe ortopédica do Hospital Brasil.
Formado há 27 anos, possuo graduação em medicina pelo Centro Universitário Lusíada (1992), fiz residência médica em Ortopedia e Traumatologia, Especialização em Cirurgia do Joelho e Artroscopia (1997) pela Santa Casa de São Paulo, e Medicina Esportiva pelo CEMAFE EPM. (1996).